As famosas cápsulas coloridas que ajudam a
complementar a alimentação podem prejudicar a saúde quando consumidas de
forma errada. Veja qual é a melhor forma de consumir o suplemento
alimentar que você precisa.
Texto: Rita Trevisan/ Colaboração: Giovana Pessoa e Louisie Vernier/ Fotos: Fábio Mangabeira/ Adaptação: Letícia Maciel
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É preciso ter muita atenção ao usar suplementos alimentares, eles interagem com outros medicamentos podendo influenciar no tratamento. Cosulte seu médico. Foto: Fabio Mangabeira.
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Para quem come
alimentos industrializados,
pratos semi-prontos e outros alimentos ricos em sódio, além de ter
quilos extras ao subir na balança pode ter alguns problemas por não
ingerir a
quantidade certa de nutrientes, entre elas as vitaminas e minerais que são essenciais para o bom funcionamento do organismo. "
Em
tese, é perfeitamente possível obter todos os nutrientes de que
precisamos da alimentação, desde que sejamos disciplinados o suficiente
para seguir uma dieta rigorosamente balanceada. Além disso, teremos que
contar com a capacidade do corpo de absorver bem todos os nutrientes
ingeridos, para zerar todas as nossas necessidades. Só que, na prática
clínica, essa não é a realidade da maioria", atesta o médico ortomolecular e cardiologista Edmar Santos. "
Para garantir uma boa ingestão de vitaminas e mirerais, é fundamental consumir muitas frutas, folhas e legumes, além de carboidratos integraos. Porém, atualmete, o consumo desses alimentos vem caindo muito" complementa a nutricionista Ana Maria Martins, diretora da Nutricius Nutrição Esportiva e Qualidade de Vida (SP).
Quando faltam vitaminas
A consequência da má alimentação não tarda a aparecer: um
cansaço sem razão de ser,
queda acentuada de cabelos,
unhas fracas, entre outros sinais da carência. "
Os
problemas que decorrem podem provocar desde sintomas leves até
comprometimentos graves. É comum por exemplo aparecerem complicações
dermatológicas, neurológicas, problemas relacionados à imunidade, perdas
ósseas importantes e aneminas. Mas o quadro pode variar muito
dependendo do nutriente que falta no organismo" explica o
endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP).E é nesse momento que entram em cena
os tão populares
suplementos alimentares. “
Eles estão muito bem indicados quando a alimentação do paciente não é capaz de suprir as necessidades individuais ou se a deficiência vitamínica já foi diagnosticada clínica ou laboratorialmente”,
garante anutricionista Glauce Lamoglie de Carvalho, do Instituto do
Coração (InCor) do Hospital das Clínicas de São Paulo.e idosos
apresentam maior suscetibilidade a apresentar deficiências de vitaminas e
minerais. “Há momentos em que a alimentação não é o bastante e, assim, o
uso de suplementos é benéfico e recomendadpela American Dietetic
Association (ADA), para que as necessidades nutricionais do indivíduo
possam ser atendidas e para prevenir complicações secundárias”, diz
Glauce.
Consuma na dose certa
Os suplementos só passam a oferecer um risco real quando são usados de forma indiscriminada,
sem o acompanhamento de
um médico ou nutricionista. Isso porque, ao consumir algo de que o
corpo não precisa, corremos o risco de acumular esses nutrientes em
nosso organismo. E nem todo o excesso é excretado pela urina. “
O grande perigo são as vitaminas lipossolúveis, que acabam ficando armazenadas nos nossos órgãos, sobrecarregando-os. Estamos falando das vitaminas A, D, E e K”,
alerta a nutricionista Claudia M. Santos, da Associação Brasileira de
Nutrição. Para outra especialista, a nutricionista Mariana Del Bosco,
ligada à Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica (ABESO), o consumo de minerais e de vitaminas hidrossolúveis,
como é o caso da vitamina C, sem prescrição médica, também inspira
cuidados. “
Tudo o que ingerimos além das nossas necessidades nos
traz problemas. Para se ter uma ideia, nossa necessidade de vitamina C é
de aproximadamente 500 mg por dia. Se consumimos uma quantidade diária
que fica muito acima disso, certamente acabaremos afetando o equilíbrio
do organismo, atrapalhando na absorção de outros nutrientes, por
exemplo. Isso porque os diversos nutrientes que consumimos interagem
entre si”, explica.
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Quando consumidas em excesso e sem orientação médica, as vitaminas lipossolúveis podem sobrecarregar órgãos. Foto: Fabio Mangabeira.
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Interação com outros remédios
A nutricionista Camila Próspero,
especialista em fisiologia do exercício, dá exemplos de possíveis
interações que podem causar efeitos adversos no momento da absorção,
afetando o metabolismo do nutrientes. “
Quando é feita a suplementação de cálcio
e o medicamento é tomado próximo do horário das refeições, por
desinformação do paciente, aumentam os riscos de anemia, já que o cálcio
atrapalha a absorção do ferro. A suplementação inadequada com ferro
também pode bloquear o transporte e a distribuição do zinco no
organismo”, afirma. Para piorar, os suplementos vitamínicos e de minerais também interagem com outros tipos de medicamentos e
podem influenciar no tratamento de doenças crônicas. “
Com
a vitamina C: ela melhora a absorção de drogas ácidas, como a aspirina.
Por outro lado, reduz a biodisponibilidade de algumas drogas básicas,
como as anfetaminas. Além disso, a suplementação contínua com vitamina C
pode interferir nos resultados de glicose sanguínea, dificultando o
controle da glicemia pelos diabéticos”, finaliza Camila. “
Antes de tomar qualquer suplemento vitamínico ou mineral, é fundamental procurar produtos aprovados pela Anvisa, que é o órgão regulador ligado ao Ministério da Saúde”, indica a nutricionista Claudia M. Santos, da Associação Brasileira de Nutriçã
Fonte:revistavivasaude.uol.com.br