quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quando é necessário o suplemento alimentar?


As famosas cápsulas coloridas que ajudam a complementar a alimentação podem prejudicar a saúde quando consumidas de forma errada. Veja qual é a melhor forma de consumir o suplemento alimentar que você precisa. Texto: Rita Trevisan/ Colaboração: Giovana Pessoa e Louisie Vernier/ Fotos: Fábio Mangabeira/ Adaptação: Letícia Maciel
É preciso ter muita atenção ao usar suplementos alimentares, eles interagem com outros
medicamentos podendo influenciar no tratamento. Cosulte seu médico. Foto: Fabio Mangabeira.
Para quem come alimentos industrializados, pratos semi-prontos e outros alimentos ricos em sódio, além de ter quilos extras ao subir na balança pode ter alguns problemas por não ingerir a quantidade certa de nutrientes, entre elas as vitaminas e minerais que são essenciais para o bom funcionamento do organismo. "Em tese, é perfeitamente possível obter todos os nutrientes de que precisamos da alimentação, desde que sejamos disciplinados o suficiente para seguir uma dieta rigorosamente balanceada. Além disso, teremos que contar com a capacidade do corpo de absorver bem todos os nutrientes ingeridos, para zerar todas as nossas necessidades. Só que, na prática clínica, essa não é a realidade da maioria", atesta o médico ortomolecular e cardiologista Edmar Santos. "Para garantir uma boa ingestão de vitaminas e mirerais, é fundamental consumir muitas frutas, folhas e legumes, além de carboidratos integraos. Porém, atualmete, o consumo desses alimentos vem caindo muito" complementa a nutricionista Ana Maria Martins, diretora da Nutricius Nutrição Esportiva e Qualidade de Vida (SP).

Quando faltam vitaminas

A consequência da má alimentação não tarda a aparecer: um cansaço sem razão de ser, queda acentuada de cabelos, unhas fracas, entre outros sinais da carência. "Os problemas que decorrem podem provocar desde sintomas leves até comprometimentos graves. É comum por exemplo aparecerem complicações dermatológicas, neurológicas, problemas relacionados à imunidade, perdas ósseas importantes e aneminas. Mas o quadro pode variar muito dependendo do nutriente que falta no organismo" explica o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).E é nesse momento que entram em cena os tão populares suplementos alimentares. “Eles estão muito bem indicados quando a alimentação do paciente não é capaz de suprir as necessidades individuais ou se a deficiência vitamínica já foi diagnosticada clínica ou laboratorialmente”, garante anutricionista Glauce Lamoglie de Carvalho, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas de São Paulo.e idosos apresentam maior suscetibilidade a apresentar deficiências de vitaminas e minerais. “Há momentos em que a alimentação não é o bastante e, assim, o uso de suplementos é benéfico e recomendadpela American Dietetic Association (ADA), para que as necessidades nutricionais do indivíduo possam ser atendidas e para prevenir complicações secundárias”, diz Glauce.

Consuma na dose certa

 
Os suplementos só passam a oferecer um risco real quando são usados de forma indiscriminada, sem o acompanhamento de um médico ou nutricionista. Isso porque, ao consumir algo de que o corpo não precisa, corremos o risco de acumular esses nutrientes em nosso organismo. E nem todo o excesso é excretado pela urina. “O grande perigo são as vitaminas lipossolúveis, que acabam ficando armazenadas nos nossos órgãos, sobrecarregando-os. Estamos falando das vitaminas A, D, E e K”, alerta a nutricionista Claudia M. Santos, da Associação Brasileira de Nutrição. Para outra especialista, a nutricionista Mariana Del Bosco, ligada à Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o consumo de minerais e de vitaminas hidrossolúveis, como é o caso da vitamina C, sem prescrição médica, também inspira cuidados. “Tudo o que ingerimos além das nossas necessidades nos traz problemas. Para se ter uma ideia, nossa necessidade de vitamina C é de aproximadamente 500 mg por dia. Se consumimos uma quantidade diária que fica muito acima disso, certamente acabaremos afetando o equilíbrio do organismo, atrapalhando na absorção de outros nutrientes, por exemplo. Isso porque os diversos nutrientes que consumimos interagem entre si”, explica.


Quando consumidas em excesso e sem orientação médica,
as vitaminas lipossolúveis podem sobrecarregar órgãos.
Foto: Fabio Mangabeira.
Interação com outros remédios

A nutricionista Camila Próspero, especialista em fisiologia do exercício, dá exemplos de possíveis interações que podem causar efeitos adversos no momento da absorção, afetando o metabolismo do nutrientes. “Quando é feita a suplementação de cálcio e o medicamento é tomado próximo do horário das refeições, por desinformação do paciente, aumentam os riscos de anemia, já que o cálcio atrapalha a absorção do ferro. A suplementação inadequada com ferro também pode bloquear o transporte e a distribuição do zinco no organismo”, afirma. Para piorar, os suplementos vitamínicos e de minerais também interagem com outros tipos de medicamentos e podem influenciar no tratamento de doenças crônicas. “Com a vitamina C: ela melhora a absorção de drogas ácidas, como a aspirina. Por outro lado, reduz a biodisponibilidade de algumas drogas básicas, como as anfetaminas. Além disso, a suplementação contínua com vitamina C pode interferir nos resultados de glicose sanguínea, dificultando o controle da glicemia pelos diabéticos”, finaliza Camila. “Antes de tomar qualquer suplemento vitamínico ou mineral, é fundamental procurar produtos aprovados pela Anvisa, que é o órgão regulador ligado ao Ministério da Saúde”, indica a nutricionista Claudia M. Santos, da Associação Brasileira de Nutriçã

Fonte:revistavivasaude.uol.com.br

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